quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Jorge Vercillo em novo estilo na turnê 'Todos Nós Somos Um'

Cantor reclama por ser rotulado, se espanta com sucesso na Argentina e grava DVD no Canecão

por
Ricardo Calazans


Rio - Mês passado, Jorge Vercillo se preparou para o pior antes de uma apresentação no célebre Teatro Ópera, em Buenos Aires. “Antes do show, avisei aos meus músicos: ‘Olha, acho que a casa vai estar meio vazia, porque não sou muito conhecido por aqui”. Enganou-se redondamente.

“Estava lotada. E a platéia não era só de brasileiros, estava cheia de argentinos! Fiquei lá, vendo eles cantarem as músicas”, festeja Vercillo, que amanhã e sábado, às 22h, faz shows especiais no Canecão, para registrar em DVD — o terceiro de sua carreira — a turnê ‘Todos Nós Somos Um’.

Da última vez em que esteve no palco de Botafogo, em abril, Vercillo presenciou dois dias de ingressos esgotados. De lá para cá, a rotina tem sido a mesma do Canecão e do Teatro Ópera. “Em São Paulo, depois do Canecão, também tive dois dias de casa lotada”, lembra.


A alegria
de Vercillo só não é maior que sua surpresa. “Até aqui, o que fazia sucesso eram as coisas mais pop. Dessa vez, quis fazer um disco mais adulto, deixar mais evidente o lado da canção brasileira que o meu trabalho também tem. Sabia que poderia pagar um preço alto por essa aposta na qualidade, que seria talvez a diminuição do meu público”, diz.

Ele percebeu, porém, pela freqüência do público na turnê, que o ‘risco Vercillo’ não era tão grande. A turnê já passou por várias capitais brasileiras e tem shows marcados até 2009, além de algumas apresentações no exterior. “O momento, para mim, é de busca de qualificação e reconhecimento no mercado, algo que o público já me deu”, conta.

As críticas que recebeu, no entanto, não pesaram nessa busca. “Já tomaram uma parte do meu trabalho, que toca no rádio, como o todo dele. Mas não é por isso que eu mudo meu estilo. O pop sempre fez parte dele, assim como o ijexá, o baião, o jazz contemporâneo”, enumera. Amanhã e sábado, todos os seus lados estarão em cena.

No show, hit pop ‘Homem Aranha’ virou jazz

Vercillo se rebelou contra o lugar comum que diz que, no Brasil, surgem apenas novas cantoras. Por isso, convidou dois ‘cantautores’ para participar de seu show: Serginho Moah, do grupo pop gaúcho Papas da Língua, e Jota Maranhão, seu parceiro de longa data.

“Os talentos masculinos existem, só não têm tanto espaço. E, quando surgem, apanham à beça”, acredita, tomando a si próprio como exemplo. “Não quero que batam nas cantoras, só não precisam bater tanto nos caras, né?”, brinca Vercillo.

Nos shows do Canecão, músicas do novo disco, como ‘Devaneio’, que está na novela ‘Negócio da China’, Vercillo mostrará versões surpreendenttes
de seus grandes sucessos. ‘Homem Aranha’ virou um jazz suingado, ‘Mona Lisa’, uma salsa rasgada, e ‘Fênix’ ganhou arranjo de rock progressivo.

Fonte: http://odia.terra.com.br
Foto: Mari Vaccaro

~ Margarida ~

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