quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


"O melhor do abraço é o charme de fazer
com que a eternidade caiba em segundos.
A mágica de possibilitar que
duas pessoas visitem o céu no mesmo instante."

Ana Jácomo

www.anajacomo.blogspot.com

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Antes de virar nuvem


Naquela noite a chuva descia do telhado e respingava pra dentro da varanda. Obedecia à força sutil do vento. Coloquei as plantas no beiral e fiquei olhando as gotas que caíam sobre elas. Nada era programado, tudo à mercê do acaso. Umas eram gotículas que nem chegavam sequer a balançar uma pequena folha, e outras maiores, com volume que envolveriam uma formiga, pareciam gotas gigantes que deixavam as folhas durante uns instantes em constante movimento, até descerem escorregando e sumirem na terra.

As folhas com jeito de lança, se adaptavam ao forçado balé por não terem aonde se amparar. Tinham raízes mas mesmo assim não deixavam de sofrer com a ação da chuva que instigava indiscriminadamente, devagar e constantemente, a parte que ficava exposta e indefesa. Se estavam gostando do frescor da água, só depois, olhando o viço que se mostraria com o tempo, eu iria saber.

Naquela noite me senti como as plantas no beiral, sem poder contra as intempéries, e só alguns dias depois, iria saber se me molhar com meus pensamentos iria me fazer bem. Estava perdendo o controle das minhas certezas e nada que eu fizesse pra conduzi-las, adiantava. Era uma torrente incontrolável e apenas a emoção me encharcava. Eram gotas que me faziam balançar à mercê da sua vontade aleatória.

Meus pensamentos e idéias se molhavam na chuva forte e se esvoaçavam nos ventos que açoitavam sem piedade as convicções de quase uma vida inteira! Só na solidão, sem querer dividir a responsabilidade das minhas decisões com ninguém mais, eu tinha que passar por essa tempestade! Talvez sentir a pele arrepiar com o vento do medo, ou, quem sabe, congelar com o frio na alma.

O viço eu veria depois. Será que se mostraria? Será que faria minhas raízes mais fortes e as folhas mais firmes em seus galhos? Viver o avêsso de tudo o que vivi até agora era o desafio! Rebuscar, remexer, revirar todo o baú da memória à procura do momento do desvio do caminho, aquele instante que o ímpeto abriu uma brecha pro improvável, quando tudo ia dar certo. Viver, hoje, o avesso seria voltar ao correto, ao destino traçado, ao provável! Sim, isso sim! Sou o avesso do que por muito tempo amarguei!

Não quero virar nuvem sem antes fazer o que vim pra fazer! Quero, um dia, chover as coisas boas de mim e balançar as folhas dos que me entenderão! Quero minhas palavras e melodias na pele dos sensíveis, ver o suor de quem sabe amar a vida se misturando com as gotas que vou chover. Não quero mais o mormaço ou as pedras sem fontes, tampouco os desertos. Prefiro os mares ou gotas ou letras que formam palavras ou músicas ou mesmo... lágrimas.

Jota Maranhão (cantor e compositor)
www.jotamaranhao.blogspot.com

~ Margarida ~

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A lição da folha seca


Depois da caminhada, sentei pra descansar um pouco debaixo de uma árvore de braços longos e sombra generosa. Privilegiada pela oportunidade de saborear a beleza natural daquele cenário, eu queria poder estar ali inteira para simplesmente estar ali. Como já havia acontecido outras vezes, eu ouviria os pássaros com ouvido amoroso e lhes retribuiria o presente com o canto do meu sorriso enternecido. Olharia, com olhos entregues, para as flores e me encantaria, de novo, com a inteligência extraordinária da natureza, que lhe permite combinar incontáveis formas, cores e tamanhos sem o mínimo sinal de cansaço criativo. Se eu pudesse estar ali inteira, como eu queria, para simplesmente estar ali, eu sentiria a brisa suave, perfumada de verde, tocar a pele de tudo, inclusive a minha, e é provável que eu experimentasse o arrepio emocionado que a grandeza da vida às vezes me causa. Se eu pudesse estar ali inteira, como eu queria, para simplesmente estar ali, eu me sentiria parte de todas aquelas dádivas, arrebatada pela mágica de ser árvore, de ser pássaro, de ser flor, de ser brisa, também.

Acontece que eu não estava ali inteira para simplesmente estar ali. Saborear encantos é privilégio que pede a máxima presença possível da alma. A barulheira exaustiva dos meus pensamentos não me permitia entrar no território daquela beleza toda e passear, sem pressa, pelos seus caminhos luminosos. O corpo estava presente, mas a atenção não conseguia se libertar daquela areia movediça que, aos poucos, engolia a minha paz: a ávida e perturbadora necessidade de entendimento. Não havia bom senso que me afastasse alguns centímetros daquela ideia. Era como se a vida estivesse suspensa até eu conseguir juntar as peças todas e visualizar o quebra-cabeça complicado. Era como se entender houvesse se tornado a única prioridade do meu coração. Ele reclamava uma explicação coerente o bastante para amenizar a dor repentina. O engasgo. O embaraço da primavera bruscamente interrompida, quando os seus galhos estavam todos carregados de brotos de amor.

Para tentar encontrar uma resposta para aquilo que eu chamava de enigma, há semanas desperdiçava tempo e energia. Pensava entre uma extremidade e outra da ponte percorrida por cada dia. Inúmeras eram as vezes em que, alheia ao que se passava ao meu redor, eu me flagrava com o olhar fixado naquele ponto que somente eu podia ver. A vida me olhava, inquieta, queria que eu voltasse a fluir com ela. Eu lá, parada, querendo o tal entendimento que pudesse me libertar daquele cárcere que eu já demonstrava até manter com esmero. Se, por alguns instantes, algo conseguia me desviar daquele foco, pouco depois eu encontrava, de novo, a pergunta incansável: Por que? Para tentar encontrar algum sentido para o que houve, dei inúmeras voltas nos quarteirões da memória à procura de pistas que pudessem ter sido deixadas pelo caminho. Reconstituí cenas. Visitei, um a um, os diálogos, os silêncios, os gestos compartilhados. Considerei as hipóteses mais óbvias e as possibilidades mais absurdas. Criei as circunstâncias mais fictícias possíveis, sem economia de imaginação. Nada adiantava. Eu sempre retornava ao ponto de partida ainda mais exausta, as mãos vazias, o coração ferido.

Ainda sentada debaixo da árvore de braços longos e sombra generosa, minha tagarelice mental foi calada por uma folha seca que caiu sobre a minha perna e tocou minha atenção. Havia chegado o seu tempo de se desprender da árvore, que, sabiamente, reconheceu o momento de soltá-la. Senti naquele gesto da natureza a existência de um recado para mim: como a árvore, eu precisava encontrar sabedoria e humildade para me desapegar daquela obstinada busca de entendimento. De verdade, por mais que nos esforcemos, não conseguimos entender algumas circunstâncias. Como costuma pontuar uma amiga, é fato. E o outro, que imaginamos poder clarificar o que houve e nos ajudar a descobrir como fomos parar juntos naquele lugar, não é raro, às vezes entende ainda menos do que a gente. O único entendimento disponível, em alguns contextos, é aceitar que é impossível entender. É aceitar que é preciso desistir. É aceitar que os ponteiros da vida estão marcando a hora de soltar. É aceitar.

Entender, eu acho, nem é prioridade do coração de ninguém. As prioridades do coração são outras. Ele quer que a gente se sinta vivo. Que a gente se sinta livre. Que a gente seja feliz. Que a gente não perca a capacidade de amar, não importa quantas vezes se machuque. Embora a nossa racionalidade não admita, ele sabe que vamos entender algumas vezes e não vamos entender absolutamente nada em outras tantas. Que é assim pra todo mundo. Que, no fim das contas, isso não faz a diferença de nos dar o que o sentimento pede. Ele sabe que não precisamos gastar tanta vida com isso. Como sentiu com tanta alma Clarice Lispector, "Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento."

Enquanto caminhava no parque, no retorno para casa, reparei que existiam inúmeras outras folhas secas como aquela espalhadas pelo chão. Lembrei que muitas delas, generosamente, virariam alimento para as plantas que ainda estavam pra nascer. E sorri.

(Texto da doce Ana Jácomo)
www.anajacomo.blogspot.com
~ Margarida ~

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"Vou beijar-te agora...

... não me leve a mal, hoje é carnaval"

E aí florzinhas... animadas pro carnaval!!!!

Que todas possam brincar e descansar nestes dias de folia e alegria. E se aparecer um pierrot bem lindo na frente de vocês... permitam-se serem beijadas pois é carnaval... rsrs.

Beijão bem grande cheio de saudade de todas!!!
*Orquídea*



sábado, 14 de fevereiro de 2009

Aniversário da florzinha miudinha...

Flores,
Nosso jardim hoje está em festa pois hoje é o primeiro aninho de vida da nossa querida florzinha a "brinco de princesa". E em nome de todas as flores, com imenso carinho, deixo um abraço super apertadinho e um beijinho todo especial pra essa flor que sem dúvida, tornou esse cantinho muito mais lindo e florido com sua presença graciosa e doce.

Querida Beatriz, que Papai do céu te conceda uma vida cheia de alegria, saúde, aprendizado, humildade e carinho junto aos seus. Tenho certeza que papai e mamãe agradecem todos os dias a tua vinda pra essa família.

A gente vai esperar você crescer mais um pouquinho pra poder ir com a gente pros shows do nosso jardineiro...rsrs.

Nós amamos muito você!

FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

Um beijinho das suas titias flores

*Orquídea*

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O menino e o sol


Um dia, um menino acordou e
deu de cara com o sol.
Pensou:
"-Por que ele é o sol e não eu?"

O sol, acordado há bilhões de anos, deu
de cara com o menino e perguntou:
"-Por que ele é menino e não eu?"

Gabriel Marquim



~ Margarida ~

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Esse mistério


Estive pensando nesse mistério que faz com que a vida da gente se encante tanto por outra vida. E sinta vontade de escrever poemas. Garimpar estrelas. Deixar florir pelo corpo os sorrisos que nascem no coração. Nesse mistério que nos faz olhar a mesma imagem inúmeras vezes, sem cansaço, seja ela feita de papel ou de memória. Que nos faz respirar feliz que nem folha orvalhada. Querer caber, com freqüência, no mesmo metro quadrado onde a tal vida está. Cantarolar pela rua aquela canção que a gente não tinha a mínima idéia de que lembrava.

Estive pensando nesse mistério que faz com que a vida da gente encontre essa vida na multidão planetária de bilhões de outras. E sem saber que ela existia, perceba ao encontrá-la que sentia saudade dela antes de conhecê-la. Estive pensando nesse mistério que faz com que aquela vida que acaba de encontrar a nossa nos deixe com a impressão de estar no nosso caminho desde sempre, como se fosse um sol que esteve o tempo todo ali e a gente somente não o ouvia cantar. Nesse mistério que nos faz trocar buquês dos olhares mais cuidadosos. Que nos faz querer cultivar jardins, lado a lado. Nesse mistério que faz com que a nossa vida queira um bem tão grande à outra vida, que vai ver que isso já é uma prece e a gente nem desconfia.

Estive pensando nesse mistério lindo que você é para alguém e alguém é para você ou que ainda serão um para o outro. Nessa oportunidade preciosa dos encontros que nos fazem crescer no amor com o tempero bom da ludicidade. Nesse clima de passeio noturno em pracinha de cidade pequena. Nessa paz que convida o coração pra recostar e repousar cansaços. Nesse lume capaz de clarear um quarteirão inteirinho da alma. Nesse abraço com braços que começam dentro da gente. Nessa vontade de deixar o mundo todo pra depois só para saborear cada milímetro do momento embrulhado pra presente.

Estive pensando nesse mistério que não consigo desvendar. Nem tento.

Ana Jácomo

Cactos e Amor-perfeito, desejo toda a felicidade do mundo para vocês. O texto acima é para vocês porque já conseguiram desvendar o mistério. E é esse misterioso amor que os uniu.

Deus os abençoe!

E novas florzinhas brotarão dessa linda união entre o Cactos e o Amor-perfeito...

Beijos perfumados!

~ Margarida ~

Casamento no jardim!!!!!

"... quando a luz do teu olhar, cruzou o meu olhar, vi que ali estava a minha outra parte, no infinito amor, tanto tempo esperando o infinito amor, nossas almas estrelas de eterno ardor, coração, que só quer ser feliz seja onde for..."

Nem preciso dizer de quem são essas palavras, mas com elas, eu quero com imenso carinho parabenizar a união de duas pessoas muito especiais pra mim que fazem parte desse jardim.

Hoje, é um dia de muita alegria para a nossa querida flor "amor-perfeito" Thaís, e o nosso querido "cactos", o Jeandro, que estão oficializando seu casamento no civil.

Eu e as demais flores, desejamos toda felicidade para os noivos, que seja um enlace sempre sempre abençoado, regado do perfume do carinho, da compreensão, da paciência, do respeito, do amor, num ambiente de muitas flores e alegria, sem faltar doces e lindas músicas a embalar lindos momentos de romantismo, ternura, paixão.. rs

Falar da emoção e do significado pra mim, em escrever essas poucas linhas pra esses dois amigos vercillianos me deixa com os olhos marejados, pela alegria de tê-los conhecidos por causa do nosso jardineiro, e mais ainda, por hoje, eles estarem se casando.

E que seja eterno, infinito e lindo enquanto dure.. e que dure para sempre!!

Meu beijo mais que especial aos noivos e a todas as flores do meu jardim!

*Orquídea*



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


Bom dia!!!
Só queria dizer que estou morrendo de saudade de vocês, das flores do meu jardim, do jardim do meu coração!!!
Já viram como o dia hoje está lindo???!!!
Desejo que todos possam ter um dia feliz, muito feliz!!
Margarida, você cuida desse jardim como ninguém!
Grande beijo com carinho pra vocês!!!
Orquídea

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Dom da Paz


"Diante do colar belo como um sonho admirei,
sobretudo, o fio que unia as pedras
e se imolava anônimo
para que todos fossem um."

Dom Helder Câmara




No centenário deste 'Santo Rebelde', chamado Dom Helder Câmara, não poderia deixar de citar, ao menos, uma frase dele. Fico feliz em saber que neste solo sagrado pisou uma pessoa que se despiu de todas as vaidades que a vida e o 'poder' o concedia e tornou-se uma voz a clamar pela justiça e pela paz. Contudo não ficou apenas nas palavras, ele agiu. Doou seus bens em prol dos irmãos menos favorecidos. Muitos, hoje, têm onde morar, graças àquele cearense arretado. Ele deixou o conforto para estar no meio do povo e aprender com a simplicidade. Não se limitou às regras e protocolos. Quebrou alguns deles para que todos fossem um, pois todos independente de cor, raça, credo, classe social somos iguais perante à Deus e devemos lutar para que aqui neste chão também sejamos irmãos.





~ Margarida ~

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dá uma chance para ti mesmo


Dá uma chance para ti mesmo.
Não te escondas da luz que te rodeia, aproxima-te e vê...
A tua inocência, a tua força, a tua sabedoria.
Renuncia o viver na escuridão,
renuncia o tropeçar por entre as confusões.
Dá uma chance a ti mesmo...
Procura por entre teus pensamentos
o momento onde tua alma abranda.
Procura por entre teus passos
o momento onde tudo para e silencia.
Tudo é tão igual quando não te permites viver na confiança,
na espontaneidade, na amorosidade que descansa,
na gentileza dos teus atos.
Ganhas da vida toda vez que deixas teu coração te guiar,
ele sabe o caminho e nele a
vida acontece, sacudindo tua poeira,
limpando tua face com águas límpidas, purificadas, abençoadas.
Um passo de cada vez, por favor.
Não pisa muito forte, tua grama é tão necessária
quanto o ar que respiras,
tua luta tanto quanto teu descanso,
teu riso tanto quanto teu silêncio.
Dá uma chance a ti mesmo.
Não há mais ninguém para viver
o que deves viver.
O mundo espera para contigo aprender.



~ Margarida ~

Um real por um sonho



Bom dia, Flores!
Esta semana vi algumas reportagens sobre uma linda menininha que precisa da nossa ajuda. O nome dela é Clara Pereira Costa e tem 1 ano de idade e mora aqui em Recife. Clarinha nasceu com paralisia cerebral devido à complicações na hora do parto. O que me encantou naquela criança foi o sorriso espontâneo estampado no rostinho dela. Ela tem algumas limitações fisícas causadas pela paralisia. A paralisia cerebral dificilmente afeta a inteligência. Afeta apenas as habilidades motoras. Isso explica porque Clara aparenta ser tão inteligente e curiosa. Há um tratamento com células-tronco realizado na China que tem feito verdadeiros milagres na vida dos que se submetem a ele. Os pais de Clarinha estão esperançosos e contam com a sensibilidade e solidariedade das pessoas para que ela possa fazer o tratamento. A campanha Um real por um sonho foi abraçada por jogadores do Náutico e Santa Cruz e, hoje no jogo entre as duas equipes, os torcedores poderão contribuir para que o sonho de Clara possa ser realizado. Fiquei sensibilizada com a história de Clarinha e abracei a campanha. Acredito na força da amizade e do amor presente em cada um de nós desse jardim e por isso, faço esse apelo. Quem puder e se sentir sensibilizado com essa história da vida real, por favor, contribua. Afinal de contas, o que é que a gente compra com R$1,00? Alguns confeitos, pipoca? Com R$1,00, Clara poderá se sentar, engatinhar, falar, andar, pegar coisas... Enfim, terá uma vida nova e normal fazendo tudo que ela não consegue fazer hoje em dia. Para saber mais visite o site da campanha:


Como doar?

A sugestão é que você doe pelo menos R$1,00 como o nome da campanha sugere. Contudo, sinta-se livre para doar a quantia que seu coração mandar. O Tratamento com Células Tronco custa cerca de US$40.000 (em dólares, o que dá aproximadamente R$65.000,00 - com o dólar a R$1,65) (esse valor já contempla o tratamento com células tronco, vôos do Brasil para China, hospedagem, etc).

Para quem tem conta no Bradesco:

Essa é a melhor opção para doar se você mora no Brasil, assim como Clara. Decidimos abrir uma conta no nome de Clara mesmo. Faça um depósito, uma transferência ou um DOC para:
Favorecido: Clara Costa Pereira
Banco: Bradesco
Agência: 2798-7
Conta Poupança: 1007246-8

Para quem tem conta no Banco do Brasil:

Além da conta do Bradesco, temos também uma conta para Clarinha no Banco do Brasil.
Faça um depósito, uma transferência ou um DOC para:
Favorecido: Clara Costa Pereira
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1814-7
Conta Poupança: 24787-1 - Variação: 01

Então, se você se comoveu com a história de Clara, doe ou envie esse site: http://www.umrealporumsonho.com.br/ aos seus amigos e conhecidos! No site da campanha há outras formas de doação e mais informações sobre a campanha e história de Clarinha. Conto com a ajuda de vocês. Afinal, TODOS NÓS SOMOS UM!

Tenham um ótimo dia e que Deus lhe dê o dobro tudo o que você fizer por Clara!

Beijos perfumados

~ Margarida ~

Saudades do mundo que eu vejo


Há saudades que caminham comigo aconchegadas num lugar gostoso que a memória tem. Sei que estão lá, mesmo quando demoro um bocado de tempo para apreciar as histórias que me contam. São porta-jóias que guardam encantos que não morrem. Caixinhas de música, que, ao serem abertas, derramam melodias que me fazem dançar com elas de novo. São saudades capazes de amenizar o frio de alguns instantes com os seus braços de sol.

Mas existem também saudades que pousam no meu coração de vez em quando e ficam de lá me olhando com aquele olho comprido do quer escuta. Não falam de lugares, pessoas ou épocas da minha vida. São espelhos que não refletem feições conhecidas. São saudades que entornam perfumes que somente a alma reconhece. Que sobrevoam regiões por onde apenas as emoções caminham. Que destampam ausências que a gente algumas vezes prefere ignorar.

São saudades de um mundo que tem cheiro de quintal lá da infância da gente. Que é macio para todos os seres que nem lençol recém-trocado. Que tem o timbre de voz amada quando toca o nosso ouvido. Um mundo bacana onde as pessoas têm clima de passeio. Onde não existem armas, visíveis ou não. Onde a gente vive com o sentimento de estar brincando de roda uns com os outros: se um leva um tombo reflete na roda inteira.

São saudades de um mundo contente feito céu estrelado. Feito flor abraçada por borboleta. Feito café da tarde com bolinho de chuva. Onde a gente se sente tranqüilo como se descansasse num cafuné. Onde, em vez de nos orgulharmos por carregar tanto peso, a gente se orgulha por ser capaz de viver com mais leveza. Um mundo onde as pessoas confiam umas nas outras, não pode ser de outro jeito se estamos em família na humanidade. Um mundo onde a culpa deixou de ser uma desculpa para não sermos felizes. São saudades de um mundo onde o respeito não tem cheiro de mofo: todos somos iguais e todos somos diferentes e isso é claro, natural e indiscutível.

São saudades de um mundo que lembra a pureza de amarelinha desenhada com giz no terreno da escola. Que lembra a alegria de chegar no céu quando a gente pulava amarelinha. Que lembra a melodia gostosa da risada do amigo. Saudades de um mundo sem hipocrisia. Sem diz-que-me-diz-que. Sem jogo. Ninguém quer ferir ninguém, por nenhum motivo. As boas intenções são mesmo boas. Há em cada pessoa um cuidado, um bem-querer, um zelo amoroso, com relação a todas as outras, porque essa é a natureza do coração humano. Um mundo onde todas as formas de vida são abençoadas por todas as formas de vida.

São saudades de um mundo onde a gente pode falar de coisas inocentes sem temer parecer ridículo. Onde podemos ser sensíveis e expressar a nossa sensibilidade sem sermos olhados como vítimas de uma doença grave. Onde a busca pelo conforto da alma é tão necessária quanto a busca pelo conforto do corpo. Onde podemos caminhar pelas ruas, descontraídos, sem temer ser atacados por outro ser humano. Um mundo em que, em vez de propagar o medo, as pessoas utilizam a sua energia para propagar o amor. Saudades de um mundo que às vezes eu sinto tão intensamente que já parece de verdade. Já parece existir, de alguma forma. Um mundo no qual habito toda vez que eu o vejo.

Ana Jácomo
www.anajacomo.blogspot.com

Ótima semana a todos...
Beijos perfumados
~ Margarida ~