D.N.A.' de Vercillo gera renovação e banalidade
por Mauro Ferreira

D.N.A. não é tão brasileiro quanto o salutar álbum de 2007, mas Vercilo continua em busca de diversidade rítmica. Caso Perdido, parceria com Max Viana, é um exercício de suingue à moda de Stevie Wonder - até corajoso pelo risco de aproximar Vercillo de Djavan, de quem ele sempre foi visto como um genérico (Max é filho de Djavan). Arco-Íris - o tema que mais evidencia a habilidade de Vercillo como arquiteto pop - é temperada na segunda parte com um molho de salsa. O cantor e compositor Filó Machado é parceiro e convidado de Vercillo na faixa. Já Milton Nascimento valoriza Há de Ser, canção bonita que nem precisava dos sons indígenas inseridos no início e no fim da faixa (ainda que esses sons tribais remetam à obra de Milton). Mesmo porque, mesmo sem o viço de outrora, a voz de Milton ainda guarda resquícios divinos. Já Ninah Jo contribui com seus vocais em Memória do Prazer, balada de sensualidade terna, adornada com cordas. A introdução sugere sedutor clima jazzy - sublinhado pelo solo do flugelhorn de Jessé Sadoc - que não se sustenta ao longo da faixa.
Em atmosfera bem diversa, Quando Eu Crescer tem sua linha afro realçada pelos versos traduzidos para o dialeto kimbundo por Filipe Mukenga e cantados por um coro angolano. Ao passo que Por Nós - parceria antiga com Alexandre Rocha, do tempo
Em suma, D.N.A. alterna altos e baixos. As letras - que abordam questões filosóficas e espirituais com direito a incursões pelos mundos da ufologia e da física quântica - estão entre os pontos baixos do disco, prejudicando inclusive uma boa balada como gera renovação, banalidade e alguma pretensão. Mas reitera o talento de Jorge Vercillo, artista alvo de amores e ódios intensos. O que pode impedir análises mais equilibradas de disco que tem méritos.
Créditos: Beatriz Sampaio
Fonte: http://blogdomauroferreira.blogspot.com/
Créditos: Beatriz Sampaio
Fonte: http://blogdomauroferreira.blogspot.com/
~ Margarida ~
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