sexta-feira, 7 de maio de 2010

“D.N.A.”, por Jorge Vercillo


D.N.A.: Substantivo Masculino. Ácido desoxirribonucléico. Elemento molecular responsável pelo armazenamento de todo o código genético dos seres vivos. D.N.A.: Nome que batiza o 8º álbum de estúdio do cantor e compositor Jorge Vercillo.


Esse é o mais puro D.N.A. de Jorge Vercillo.

01- “Há de ser” (Jorge Vercillo) - A ambiguidade está marcada aí. Seja no amor, na vida em si. Acho que ela é dramática, pesada e, ao mesmo tempo, dócil e inconsequente.  A participação do Milton, com sua voz do “Altíssimo” emociona muito a todos. Acho que fica bem claro toda a minha influência de sua música. Tem um alguns xamãs e caciques rondando por ali também. Por isso, inseri aquela tribo no início e no fim.
 
02 - “Arco-íris” (Filó Machado / Jorge Vercillo) - É uma realização pessoal poder apresentar esse gênio musical para o meu público. Sou fã do Filó desde 1983, quando eu comecei a ouvir seus discos. Mas só nos conhecemos em 2009, num show em São Paulo. Na casa dele, em Sampa, fizemos juntos parte da melodia. Filó trouxe todo o seu talento nas percussões e seus improvisos, cheios de swing.

03 - “Verdade oculta” (Jorge Vercillo) - Essa é um samba que fala sobre aceitação e tolerância entre culturas, religiões, etnias, etc. Existe uma outra parte da canção, que é revelada depois do “final”.

04 - “Memória do prazer” (Jorge Vercillo / Gabriela Vercillo) –
É a primeira parceria minha com a minha mulher, Gabriela. Eu já tinha essa melodia, que remetia aos standards da Broadway. Ocasionalmente eu a cantarolava e a Gabi começou a se envolver naturalmente, me salvando no labirinto das palavras e das rimas. Não tinha como ser diferente, pois ela já estava refém da melodia que há dias girava em looping na sua mente (rs). Desde o primeiro momento, eu pensava em dividir essa canção em duo com a Ninah Jo, que nos encanta pela força e emoção da sua voz. Tenho agora a felicidade de poder apresentar um pouco do grande talento dela.

05 - “Cor de mar” (Jorge Vercillo / Dudu Falcão) - Mistura de reggae, xote, valsa, MPB e pop, essa é mais uma parceria com meu amigo Dudu. Na introdução e no final, traz nos talentoso teclado do Calasans, um efeito que batizei como “baleias asiáticas”.

06 – “Quando eu crescer” (Jorge Vercillo) -
Ritmo originado no meu violão com clara influência africana. Essa letra retrata nossas reminiscências infantis, como as primeiras paixões de sala de aula, que nunca foram correspondidas.
 

07 - “Me transformo em luar” (Jorge Vercillo) –
Ela traz uma mistura de MPB com o rhythm & blues ou charme,  como nós chamamos aqui no Rio. A levada de violão no começo e nos refrões tem sido uma forma minha e de muitos músicos da nova geração de tocar esse instrumento tão brasileiro de um jeito “guitarrístico”, explorando um recurso usado no pop e na música africana chamado “pica-pau”, que traz notas mudas e percussivas na guitarra. A letra fala de uma paixão avassaladora, tanto carnal quanto sagrada. E fala também de alquimia, outro tema pelo qual tenho particular interesse.

08 - “O que eu não conheço” (Jorge Vercillo / Jota Velloso) -
Uma vez, o Jota me falou de uma frase linda que tinha ouvido de sua tia Bethânia, que, por sua vez, tinha ouvido de uma bordadeira em Santo Amaro, que dizia que “o mais importante do bordado é o avesso”. Foi lá mesmo em Salvador que comecei a musicar aqueles versos...

09 – “Caso perdido” (Jorge Vercillo / Max Viana) -
Essa canção nasceu nos nossos encontros de compositores no RJ. Quando Max me mostrou a primeira parte da melodia, fiquei ainda mais impressionado com seu talento criativo. Ela traz o jazz como principal tempero, mas com pitadas de fox e blues.

10 - “Ventos Elísios” (Jorge Vercillo) - Fala de nossa dificuldade de entender a energia da vida separada do mundo físico e aceitá-la como real. Como lidar com a fé e espiritualidade se nossos parâmetros são tão reféns do plano material? Ao mesmo tempo, como se cegar às evidências de que somos muito mais energia do que matéria?

11 – “Por Nós” (Jorge Vercillo / Alexandre Rocha) - Parceria antiga, da época que eu ainda tocava na noite. Traz sensações, aromas, lembranças prazerosas, ligadas a lugares e pessoas queridas. Fiz há pouco tempo o refrão que faltava e o Alexandre gostou. Tenho uma energia muito ligada ao sol e ao mar.

12 – “Um edifício no meio do Mundo” (Jorge Vercillo / Ana Carolina) -
Essa é uma mistura do meu DNA com o da Ana. Começa com a percussão conduzindo a levada nos violões. Depois o arranjo cresce com a entrada da bateria, cordas e o naipe no ultimo refrão.

Cravo

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